1. Introdução
Entre outras explicações que se podem aventar para o fraco interesse que os homens públicos de nosso país têm demonstrado para o problema da migração nos últimos anos, destaca-se a importância assumida pelas corre
1. Introdução
Entre outras explicações que se podem aventar para o fraco interesse que os homens públicos de nosso país têm demonstrado para o problema da migração nos últimos anos, destaca-se a importância assumida pelas correntes de migração interna. Correntes orientadas de uma região para outra no interior do país ou entre Estados de uma mesma região, ou dos campos para as cidades (êxodo rural), têm permitido, pela sua intensidade, substituir a presença do elemento estrangeiro. Os principais movimentos migratórios ocorridos no Brasil foram:
a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro);
c) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
d) Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha);
e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília); e
f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70).

As áreas de repulsão populacional são aquelas que perdem população por diversos fatores, como por exemplo, a falta de mercado de trabalho, ou a dificuldade das atividades econômicas em absorver ou manter as populações locais. 
As áreas de atração populacional são aquelas que exercem atração sobre as populações
de outras áreas, pois oferecem melhores condições de vida.

2. Migração de campo-cidade ou êxodo rural
Consiste no deslocamento de grande parcela da população da zona rural para a zona urbana, transferindo-se das atividades econômicas primárias para as secundárias ou terciárias. Esse é na atualidade o mais importante movimento de população e ocorre praticamente no mundo todo. Nos países subdesenvolvidos, ou em vias de desenvolvimento, a migração do campo para a cidade é tão grande que constitui um verdadeiro êxodo rural. Ela intensificou-se a partir do surto industrial do Sudeste, iniciado na década de 40.
Entre as causas do êxodo rural, destaca-se, de um lado, o baixo nível de vida do homem do campo, ocasionado pelos baixos salários recebidos pelo trabalhador rural, pela falta de escolas, de assistência médica; de outro, a atração exercida pela cidade, onde parece haver oportunidade de alcançar melhor padrão de vida. Na prática, não aconteceu por dois motivos:

a) o mercado de trabalho não cresce no mesmo ritmo da oferta de mão-de-obra;
b) o baixo grau de qualificação dessa mão-de-obra, sem nenhum preparo para atender às necessidades dos setores secundário e terciário.
 As pessoas vindas do campo acabam por engrossar as fileiras do subemprego ou mesmo do desemprego, sofrendo sérios problemas socioeconômicos. Um dos reflexos desse fato é a ampliação desordenada e incontrolável das favelas, que cobrem grandes áreas, principalmente nas regiões menos valorizadas das cidades. Na zona rural, a maior conseqüência da migração para as cidades é o despovoamento, que, sem ser compensado pela mecanização e alado a outros problemas, ocasiona queda da produção e elevação do custo de vida. O Estatuto do Trabalhador Rural, em 1964, foi criado com a intenção de beneficiar o homem do campo, obrigando os proprietários de terras a encargos trabalhistas, como salário mínimo, décimo terceiro salário, férias, etc. No entanto, não podendo ou não querendo assumir tais encargos, muitos proprietários preferiram dispensar boa parte de seus empregados, o que acabou por intensificar o êxodo rural. Nas cidades do interior, os trabalhadores dispensados transformam-se em bóias-frias, os diaristas, que trabalham apenas em curtos períodos, sem nenhuma garantia.

Em síntese, as principais causas e conseqüências do êxodo rural são:

Causas repulsivas:
a) excedentes populacionais que acarretam um desequilíbrio entre mão-de-obra disponível e a
oferta de emprego;
b) mecanização de agricultura;
c) secas, inundações, geadas;
d) erosão e esgotamento do solo;
e) falta de assistência médica e de escolas;
f) baixa remuneração no trabalho;
g) concentração das terras, em mãos de poucos;
h) Estatuto do Trabalhador Rural.

Causas atrativas:
Melhores condições e oportunidades de vida que as cidades oferecem:
a) empregos;
b) escolas;
c) moradia;
d) profissionalização;
e) assistência médica.

Conseqüência do êxodo rural:
Nas zonais rurais: perda da populaçáo ativa e queda geral da produção ou estagnação econômica das áreas rurais, quando a saída de trabalhadores não é compensada pela mecanização.

Nas zonas urbanas: rápido aumento da população; maior oferta de mão-de-obra nas cidades, com salários baixos, falta de infra-estrutura das cidades; desemprego; formação de favelas; delinqüência; mendicância.

3. Hoje: a atração dos centros regionais

Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações:
1) A migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de trabalho em contração, retornam às suas cidades de origem.

2) O crescimento nas áreas industriais e agroindustriais das capitais regionais, cidades com forte atração dos migrantes brasileiros.

A década de 90 registra o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos ou a dos paranaenses. Hoje os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região, transferindo para o NE problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul.

Migrações Internas Recentes

Áreas de forte atração populacional:
- Brasília e periferia;
- áreas metropolitanas de caráter nacional e regional;
- áreas de ocupação recente do oeste paranaense e catarinense;
- RO, AP e PA;
- áreas pioneiras ao longo da rodovia Belém-Brasília, como Capitão Poço e Paragominas, no Pará;
- áreas madeireiras e mineradoras da Amazônia;
- áreas de colonização baseada em médias e pequenas propriedades no Pará; e
- áreas de expansão da pecuária de corte em manchas de cerrados no Centro-Oeste.

Áreas de Evasão Populacional:
- áreas onde a cultura do café vem sendo substituída pela pecuária de corte: Colatina e Alto São Mateus, no ES; Mantena e Manhuaçu, em MG.
- áreas onde a cafeicultura vem sendo substituída por outras culturas comerciais ou pela pecuária, como a região da Borborema, na Paraíba;
- áreas de economia estagnada pela pecuária extensiva: Baixo Balsas no MA e Alto Parnaíba no PI.
ntes de migração interna. Correntes orientadas de uma região para outra no interior do país ou entre Estados de uma mesma região, ou dos campos para as cidades (êxodo rural), têm permitido, pela sua intensidade, substituir a presença do elemento estrangeiro. Os principais movimentos migratórios ocorridos no Brasil foram:
a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro);
c) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
d) Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha);
e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília); e
f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70).

As áreas de repulsão populacional são aquelas que perdem população por diversos fatores, como por exemplo, a falta de mercado de trabalho, ou a dificuldade das atividades econômicas em absorver ou manter as populações locais. 
As áreas de atração populacional são aquelas que exercem atração sobre as populações
de outras áreas, pois oferecem melhores condições de vida.

2. Migração de campo-cidade ou êxodo rural
Consiste no deslocamento de grande parcela da população da zona rural para a zona urbana, transferindo-se das atividades econômicas primárias para as secundárias ou terciárias. Esse é na atualidade o mais importante movimento de população e ocorre praticamente no mundo todo. Nos países subdesenvolvidos, ou em vias de desenvolvimento, a migração do campo para a cidade é tão grande que constitui um verdadeiro êxodo rural. Ela intensificou-se a partir do surto industrial do Sudeste, iniciado na década de 40.
Entre as causas do êxodo rural, destaca-se, de um lado, o baixo nível de vida do homem do campo, ocasionado pelos baixos salários recebidos pelo trabalhador rural, pela falta de escolas, de assistência médica; de outro, a atração exercida pela cidade, onde parece haver oportunidade de alcançar melhor padrão de vida. Na prática, não aconteceu por dois motivos:

a) o mercado de trabalho não cresce no mesmo ritmo da oferta de mão-de-obra;
b) o baixo grau de qualificação dessa mão-de-obra, sem nenhum preparo para atender às necessidades dos setores secundário e terciário.
 As pessoas vindas do campo acabam por engrossar as fileiras do subemprego ou mesmo do desemprego, sofrendo sérios problemas socioeconômicos. Um dos reflexos desse fato é a ampliação desordenada e incontrolável das favelas, que cobrem grandes áreas, principalmente nas regiões menos valorizadas das cidades. Na zona rural, a maior conseqüência da migração para as cidades é o despovoamento, que, sem ser compensado pela mecanização e alado a outros problemas, ocasiona queda da produção e elevação do custo de vida. O Estatuto do Trabalhador Rural, em 1964, foi criado com a intenção de beneficiar o homem do campo, obrigando os proprietários de terras a encargos trabalhistas, como salário mínimo, décimo terceiro salário, férias, etc. No entanto, não podendo ou não querendo assumir tais encargos, muitos proprietários preferiram dispensar boa parte de seus empregados, o que acabou por intensificar o êxodo rural. Nas cidades do interior, os trabalhadores dispensados transformam-se em bóias-frias, os diaristas, que trabalham apenas em curtos períodos, sem nenhuma garantia.

Em síntese, as principais causas e conseqüências do êxodo rural são:

Causas repulsivas:
a) excedentes populacionais que acarretam um desequilíbrio entre mão-de-obra disponível e a
oferta de emprego;
b) mecanização de agricultura;
c) secas, inundações, geadas;
d) erosão e esgotamento do solo;
e) falta de assistência médica e de escolas;
f) baixa remuneração no trabalho;
g) concentração das terras, em mãos de poucos;
h) Estatuto do Trabalhador Rural.

Causas atrativas:
Melhores condições e oportunidades de vida que as cidades oferecem:
a) empregos;
b) escolas;
c) moradia;
d) profissionalização;
e) assistência médica.

Conseqüência do êxodo rural:
Nas zonais rurais: perda da populaçáo ativa e queda geral da produção ou estagnação econômica das áreas rurais, quando a saída de trabalhadores não é compensada pela mecanização.

Nas zonas urbanas: rápido aumento da população; maior oferta de mão-de-obra nas cidades, com salários baixos, falta de infra-estrutura das cidades; desemprego; formação de favelas; delinqüência; mendicância.

3. Hoje: a atração dos centros regionais

Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações:
1) A migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de trabalho em contração, retornam às suas cidades de origem.

2) O crescimento nas áreas industriais e agroindustriais das capitais regionais, cidades com forte atração dos migrantes brasileiros.

A década de 90 registra o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos ou a dos paranaenses. Hoje os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região, transferindo para o NE problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul.

Migrações Internas Recentes

Áreas de forte atração populacional:
- Brasília e periferia;
- áreas metropolitanas de caráter nacional e regional;
- áreas de ocupação recente do oeste paranaense e catarinense;
- RO, AP e PA;
- áreas pioneiras ao longo da rodovia Belém-Brasília, como Capitão Poço e Paragominas, no Pará;
- áreas madeireiras e mineradoras da Amazônia;
- áreas de colonização baseada em médias e pequenas propriedades no Pará; e
- áreas de expansão da pecuária de corte em manchas de cerrados no Centro-Oeste.

Áreas de Evasão Populacional:
- áreas onde a cultura do café vem sendo substituída pela pecuária de corte: Colatina e Alto São Mateus, no ES; Mantena e Manhuaçu, em MG.
- áreas onde a cafeicultura vem sendo substituída por outras culturas comerciais ou pela pecuária, como a região da Borborema, na Paraíba;
- áreas de economia estagnada pela pecuária extensiva: Baixo Balsas no MA e Alto Parnaíba no PI.
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