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Um evangélico, um católico e um espírita, ao desencarnarem chegam ao Céu e Deus pergunta a cada um deles o que cada um mais deseja:
- O católico: Quero que acabem com estes evangélicos barulhentos e chatos, já não agüento mais tanta gritaria!
- O Evangélico: Deus! Acabe com estes católicos arrogantes e idólatras que só sabem ficar rezando o terço!
-O espírita tá lá quietinho então Deus pergunta a ele o seu desejo:
- Ah, Deus, sou espírita, não busco nada para mim, só penso no bem-estar do próximo. Se o Senhor atender a estes dois irmãozinhos já estarei satisfeito!
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O Abismo do Consumismo  

Tá tão difícil levar a vida
Atropelo nas ruas e avenidas
Predadores atacam de surpresa
Visando presas sempre indefesas
Charlatanismo em toda parte
Os mais vivos vivem de sua arte          
Quem muito tem, quer muito mais
Pra alimentar suas fantasias
Se preciso pisam seus rivais
Por mais e novas regalias
Outros nada tem e querem tudo já
Nem que pra isso tenham que matar
Mundo de modismo, extremo materialismo
Busca do prazer, todos querem bem viver
O consumismo revela o abismo
Entre o que se quer e o que se pode ter. 

”A tirania do consumismo”
Uma das principais causas de ansiedade da sociedade atual, chamada de “Pós-moderna”, é a pressão do Consumismo. Somos massacrados a todo tempo e de várias formas para consumirmos mais e mais. O consumo nos oferece coisas legítimas, o problema está em nos levar a fazer uma “Inversão de Valores”. Aquilo que é secundário e resultado passa a assumir condição de prioritário, imprescindível e urgente. Nem tudo que é importante é urgente! A “Tirania do Consumismo” não é privilégio da era atual, mas com certeza hoje a sua pressão é muito mais forte.

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“O mal-educado justifica o fato de jogar o lixo no chão para garantir o emprego do gari. Mas morrer para garantir o emprego do coveiro ele não quer.”
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A professora fala para o Joãozinho:
Joãozinho, qual o tempo verbal da frase:
' Isso não podia ter acontecido ' ?
Preservativo imperfeito, professora! 
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Na metade do século XIX, findo o período das “drogas do sertão” e iniciada uma ocupação mais sistemática da Amazônia, temos uma nova base cultural estabelecida. A fronteira do território da Amazônia brasileira permaneceria móvel até o início do século XX, quando os contornos políticos do Brasil seriam definidos com a conquista dos territórios do Amapá e de Roraima, ao Norte, e do Acre, no extremo Oeste.
Estes extremos, especialmente as regiões dos altos rios, na parte mais ocidental da floresta, permaneciam como área de refúgio dos primeiros habitantes, os povos indígenas mais arredios que não foram incorporados aos empreendimentos colonialistas, nem de Portugal nem da Espanha. Esta Amazônia profunda retinha suas riquezas em segredo e realimentava o mito do “inferno verde”.

A C A B A N A G E M E A C R I S E D A E C O N O M I A C O L O N I A L

A adesão do Pará à independência do Brasil, em 1823, provocou forte frustração nacionalista da parte da elite amazônica, que se ressentia de ter sido afastada das decisões políticas e econômicas do país. O poder, no Império brasileiro, continuaria concentrado nas mãos dos conservadores que exploravam o Pará desde o tempo da colônia.
Em 1835, irrompia no Pará a Cabanagem, marcada por ataques e a tomada de Belém, onde foi proclamada a independência do Pará em relação ao Brasil. A Cabanagem não foi simplesmente uma revolta popular, era uma frente ampla que congregava burgueses nacionalistas insatisfeitos, militares que desejavam alcançar mais altos postos, políticos que queriam maior fatia de poder, escravos que ansiavam pela liberdade, índios e mestiços movidos por séculos de dominação e opressão portuguesa.
As lutas prosseguiram até 1840. No final, o saldo foi de 30 mil mortos entre rebeldes e legalistas. Belém foi quase totalmente destruída e sua economia devastada.
A Amazônia brasileira permaneceria ainda por muitos anos mergulhada em uma situação de grave decadência econômica e social. Somente com a criação da Província do Amazonas, em 1850, por desmembramento do Grão-Pará, e os primeiros movimentos de valorização da borracha extraída da seringueira, a região experimentaria um novo alento. 

C I C L O D O “O U R O N E G R O”

Outro momento marcante para a “criação” da Amazônia brasileira foi propiciado pela Revolução Industrial. A vulcanização da borracha, substância que só existia na floresta amazônica e que passou a valer ouro negro, o motivou uma intensa migração de homens vindos de todas as partes do mundo. Fascinados pela promessa de riqueza, novas levas de europeus atravessaram o oceano, aventuraram-se em cidades e vilas até então isoladas na floresta. O contingente mais numeroso era de sírio-libaneses, especializados no comércio, mas vieram também italianos, franceses, portugueses e ingleses em grande número.

A V I N D A D O S N O R D E S T I N O S

A borracha estava na floresta, espalhada em longas distâncias habitadas por índios. Era necessário colhê-la nas árvores, ainda líquida, defumá-la até ficar sólida, transportá-la até as margens dos rios e daí para o comércio nas cidades, um trabalho penoso e perigoso, que só poderia ser realizado por um exército de homens acostumados à vida mais rude. Esse exército veio do Nordeste do Brasil, empurrado pela miséria e pelas grandes secas, como as de 1877 e 1878. Antes que o século findasse, mais de 300 mil nordestinos, principalmente do sertão do Ceará, migraram para a Amazônia.
Nos seringais, esses homens valiam menos que os escravos. Na outra extremidade da sociedade regional, os seringalistas e grandes comerciantes usufruíam da riqueza fácil proporcionada pela borracha. Essa evidente contradição no quadro social do Ciclo da Borracha se devia a um perverso sistema de exploração, que consumiu a vida de milhares de homens. O sistema de aviamento se constituía numa rede de créditos e se espalhou nos imensos seringais que foram abertos em todos os vales amazônicos.


D E C L Í N I O  D O  C I C L O  D A  B O R R A C H A

A euforia econômica proporcionada pela borracha amazônica – que chegou ao posto de segundo produto da pauta de exportações brasileira, só perdendo para o café – foi efêmera. Em menos de três décadas a velha pirataria européia conseguiu destruir todos os sonhos de grandeza amazônica.
Um biopirata inglês contrabandeou da Amazônia grande quantidade de sementes de seringueiras para o Jardim Botânico de Londres. Rapidamente se descobriu que as mudas de seringueira obtidas das sementes contrabandeadas se adaptavam perfeitamente na Ásia. Logo os ingleses implantaram enormes seringais de cultivo no sudeste asiático, racionalizando e modernizando a produção da borracha. Assim conseguiram reduzir de forma drástica os custos de produção, que, na Amazônia, eram extremamente altos, e derrubaram os preços internacionais. A rede de crédito do sistema de aviamento era como um castelo de cartas que desabou inteiro, uma vez que foi rompido pelos grandes compradores internacionais.

B A T A L H A D A B O R R A C H A

Durante a Segunda Guerra Mundial, no final de 1941, os países aliados não tinham mais acesso à borracha asiática e necessitavam desta matéria-prima principalmente para a indústria bélica. As autoridades norte-americanas entraram em pânico e voltaram suas atenções então para a Amazônia, o grande reservatório natural da borracha. Entretanto, seriam necessários, pelo menos, cem mil novos trabalhadores para reativar a produção amazônica até o nível desejado.
Ficou acertado então que o governo americano passaria a investir fortemente no financiamento da produção de borracha amazônica, enquanto ao governo brasileiro caberia o encaminhamento de milhares de trabalhadores para os seringais, o que passou a ser tratado como um heróico esforço de guerra. Só de Fortaleza, no Ceará, cerca de 30 mil flagelados da seca de 1941-42 foram enviados imediatamente para os seringais.
Em todas as regiões do Brasil, aliciadores tratavam de convencer trabalhadores a se alistar como soldados da borracha para auxiliar na vitória aliada. Dizia-se que “na Amazônia se junta dinheiro com rodo”. Os velhos mitos do eldorado amazônico voltavam a ganhar força no imaginário popular, agora considerado o paraíso verde, a terra da fartura, onde a seca não tinha vez.
O contrato de trabalho, que não devia repetir os abusos do sistema de aviamento assinado entre seringalista e soldado da borracha, quase nunca foi respeitado. A não ser para assegurar os direitos dos seringalistas. Todas as tentativas de implantação de um novo regime de trabalho, como o fornecimento de suprimentos direto aos seringueiros, fracassaram diante da pressão e poderio das casas aviadoras e dos seringalistas, que continuavam dominando o processo da produção de borracha na Amazônia.
O crescimento da produção de borracha na Amazônia nesse período foi infinitamente menor do que o esperado. Isso levou o governo norte-americano, tão logo a guerral chegou ao fim, a se apressar em cancelar todos os acordos referentes à produção de borracha amazônica. Era o fim da Batalha da Borracha, mas não da guerra travada por seus soldados.

P E R Í O D O D A D I T A D U R A M I L I T A R : N O V A P O L Í T I C A D E S E N V O L V I M E N T I S T A

O início deste período, em meados de 1960, trouxe novas e profundas modificações para a Amazônia. Os militares, amparados por um suposto perigo eminente de internacionalização, iniciaram um período marcado pela implantação de grandes projetos que, segundo se dizia, visavam desenvolver economicamente o Norte do país.

“ I N T E G R A R P A R A N Ã O E N T R E G A R ”

Esse era o discurso oficial do governo militar, estimulando um novo movimento de ocupação da Amazônia a partir de grandes projetos mineradores, madeireiros e agropecuários. Para tanto, em 1965, o presidente Castelo Branco anunciou a Operação Amazônia e, em 1968, criou a SUDAM  (Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia) com amplos poderes para distribuir incentivos fiscais e autorizar créditos para investimentos na indústria e na agricultura. O objetivo principal era criar pólos de desenvolvimento espalhados por toda a bacia amazônica, expandindo a fronteira pioneira.
O período do “milagre econômico” acelerou ainda mais a velocidade dos investimentos em infraestrutura. Teve início a construção da Transamazônica, que deveria integrar todo o sul da Amazônia ao cortá-la no sentido leste-oeste, assegurando, pelo menos em teoria, o controle brasileiro da região. A expansão da fronteira pioneira na Amazônia aconteceu simultaneamente em diversas frentes, com a abertura de várias estradas e grandes projetos de colonização.
“ T E R R A S S E M H O M E N S P A R A H O M E N S S E M T E R R A ”

Com este discurso o presidente Emílio Médici prometeu resolver o problema do Nordeste, oferecendo terras amazônicas. Estabeleceu então o PIN (Plano de Integração Nacional) segundo o qual deveriam ser reservados 100 km de cada lado da estrada para o assentamento prioritário de nordestinos.
Ao mesmo tempo, a SUDAM começou a aprovar grandes projetos agropecuários e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) aumentou o índice de distribuição de terras para os fazendeiros. Isso fez com que a taxa de desmatamento subisse assustadoramente.
Apesar dos amplos financiamentos concedidos, na época – que abrangiam a mineração na Serra dos Carajás, a construção de hidrelétricas, a implantação do pólo tecnológico e industrial da Zona Franca de Manaus e a construção de rodovias – o resultado mais evidente da nova política desenvolvimentista não foi a prosperidade econômica da Amazônia, mas a degradação e o acirramento das relações sociais em toda a região.

A F L O R E S T A : U M B E M A M E A Ç A D O

A ocupação ocorrida no período militar teve características distintas das anteriores. Antes, os colonizadores buscavam a região para explorar as riquezas da floresta, e agora querem a terra para expandir a agricultura e a pecuária. O modelo de latifúndio dos seringais, até então dominante na Amazônia, propiciava a permanência dos trabalhadores na floresta. O novo latifúndio, a fazenda para criação de gado, promovia a chamada “limpeza do terreno”, ou seja, a retirada da floresta e do povo que lá vivia. Repentinamente, índios, seringueiros, ribeirinhos e colonos viram suas terras invadidas e devastadas em nome de um novo tipo de progresso que transformava a floresta em terra arrasada.

A A L I A N Ç A D O S P O V O S D A F L O R E S T A

A partir de 1975, as populações tradicionais da floresta começaram a se organizar e a desenvolver diferentes estratégias de resistência. Foram fundados os primeiros sindicatos de trabalhadores rurais no Acre e em outros estados da Amazônia. Em muitos lugares, os segmentos mais progressistas da Igreja Católica reforçaram a luta popular a partir das Comunidades Eclesiais de Base. Intelectuais, artistas, estudantes e trabalhadores em geral criaram organizações civis e um intenso movimento social se verificou nas cidades de várias regiões fortemente impactadas pela política oficial.
Não foi uma luta fácil, nem rápida. Apesar de os trabalhadores rurais possuírem formas pacíficas de luta, como a realização de embates com a participação de mulheres e crianças para impedir as derrubadas da floresta, os conflitos foram se tornando cada vez mais explosivos e perigosos.
Para responder a isso, em 1985 foi criado o CNS. Surge então uma forte consciência de que a devastação da floresta amazônica não era somente uma questão ambiental, mas social. O discurso de líderes como Chico Mendes começou a apontar na direção da formação de uma aliança dos povos da floresta, que reunisse todas as populações tradicionais da Amazônia em defesa de seu bem comum: a grande floresta. Se índios e seringueiros haviam sido inimigos durante o primeiro ciclo da borracha, agora precisavam se unir para lutar contra o inimigo comum.
Porém, nem toda a notoriedade e legitimidade obtidas pelo movimento dos povos da floresta impediram que seus líderes continuassem a ser mortos. Em 1988, Chico Mendes foi assassinado dentro de sua própria casa, apesar da proteção de dois policiais que o acompanhavam 24 horas por dia.
Nesse momento, o movimento ambientalista mundial já havia tornado Chico Mendes uma figura pública conhecida e reconhecida em todo o mundo por sua luta em defesa da floresta e de suas populações tradicionais. Sua morte desencadeou enorme pressão sobre os organismos financeiros internacionais, que foram obrigados a rever seus critérios de investimento na Amazônia, levando ogoverno brasileiro a mudar a política de desenvolvimento da região. A Amazônia passou a ser respeitada por sua importância, não só para o Brasil, mas para o mundo.

D E S A F I O S P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L
O resultado deste complexo processo de ocupação da Amazônia é um dos traços marcantes da região: a diversidade social. Alcançou-se a consciência de que a Amazônia não é somente um lugar privilegiado da biodiversidade, mas também o lugar da sociodiversidade. Porém, ainda são poucos os que percebem que dentro dessa floresta, ao mesmo tempo indomável e frágil, moram populações tradicionais que desenvolveram modos de vida compatíveis com as características especiais desse ecossistema. A história da Amazônia nos revela, também, que esse processo faz parte da construção de uma consciência ambiental e social mais equilibrada.  Apesar do imenso potencial, alguns fatores se colocam como desafios para o alcance dos objetivos de um desenvolvimento sustentável da Amazônia, e dentre eles destacamos:
> Baixos níveis educacionais, com parcela significativa de populações analfabetas e de crianças sem acesso à escola.
> Grave quadro de desorganização fundiária, do qual derivam sérios conflitos pela posse da terra, determinando a expulsão de populações tradicionais que passam a engrossar frentes migratórias para a periferia das cidades.

Diante desta situação, programas de inclusão social no meio urbano e rural, na Amazônia, devem estar diretamente associados à geração de emprego e renda e à questão da sustentabilidade.
A criação e consolidação de Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável e a Demarcação das Terras Indígenas são iniciativas que asseguram o bem-estar social e cultural das populações tradicionais e a manutenção dos estoques florestais e de biodiversidade por elas geridos. No entanto, devido às proporções territoriais da região, o controle e manutenção desses programas requerem uma cooperação que passa pelo sistema de parcerias entre todas as organizações e instituições envolvidas com a Amazônia.

Texto Complementar:
 A construção de Brasília e da rodovia Belém-Brasília marcou a abertura da fronteira de recursos no Norte rumo ao dinâmico centro nacional do Sudeste.
A criação de gado difundiu-se pelo norte de Goiás, acelerando a expansão da frente pioneira. Essa frente, além da descoberta e extração comercial de recursos minerais, como a exploração de manganês no Amapá e de cassiterita em Rondônia, criou núcleos urbanos e enclaves econômicos na vasta floresta, que permaneceu muito pouco ocupada.
A Amazônia assume hoje a expressão básica das fronteiras. Como não havia organizações sociais já instaladas, que poderiam oferecer resistência, o governo federal assumiu diretamente a iniciativa da ocupação e da integração da Amazônia à economia nacional. Instalou redes técnicas, como estradas de rodagem e redes de distribuição de energia e redes de telecomunicações, em tempo acelerado e numa escala gigantesca, que transformaram parte das antigas regiões Centro-Oeste e Nordeste e toda a região Norte numa grande fronteira nacional, aberta para a ocupação.
Essas iniciativas abriram verdadeiros vetores de expansão na área da floresta, que estimularam a colonização dirigida, como ocorreu em Rondônia, e a colonização espontânea, como no caso do norte de Mato Grosso. Esses vetores de expansão também favoreceram a implantação de grandes projetos agropecuários e mineradores.
O Programa de Integração Nacional (PIN), proposto pelo Governo Federal no início da década de 1970, previa a construção do primeiro trecho da rodovia Transamazônica. Em 1973 foi inaugurada a rodovia Cuibá-Santarém, ligando as regiões Centro-Oeste e Norte. Ao longo das rodovias pretendia-se implantar assentamentos de trabalhadores para a produção agrícola, chamados de agrovilas, cujo objetivo era atrair população do Nordeste e das grandes cidades.
Programas e projetos promovidos pelo Estado, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e pelo Polonoroeste, ainda que nem sempre tenham sido implantados, provocaram um imediato aumento do valor da terra e a intensificação dos conflitos sociais, fatos incompatíveis com as relativamente baixas taxas de investimento, ocupação e produção. Em 1980, apenas 24% da área total da região estava ocupada por unidades produtivas, representando 7% das terras cultivadas no país. Mais de seiscentos projetos agro-pastoris de grandes empresas, nacionais e estrangeiras, foram subsidiados mas só 20% deles foram de fato instalados.
Os núcleos urbanos estão restritos às áreas ao longo das principais rodovias. Zonas de criação de gado e de agricultura comercial, situadas nas margens da floresta, foram criadas ao longo da Belém-Brasília, favorecendo o crescimento da grande metrópole regional, Belém, e das capitais estaduais que ligam a Amazônia ao Centro-Sul.
Na década de 1970 foi criada a Eletronorte, com o objetivo de aproveitar o potencial da região para a produção de energia hidrelétrica. A maior das usinas hidrelétricas da Região Norte (e a segunda maior do Brasil) é a de Tucuruí, situada na região do Projeto Grande Carajás, com capacidade para a geração de 8 milhões de quilowatts. As hidrelétricas amazônicas são responsáveis pela inundação de grandes áreas florestais, já que o relevo é pouco acidentado.
A produção de energia elétrica favoreceu a implantação de grandes projetos de exploração mineral, montados em verdadeiras "company-towns" (cidades-empresas) construídas no interior da floresta. Criados por meio de "joint-ventures" (associações de empresas diferentes para explorar determinado produto ou mercado) com capitais estatais e privados, nacionais e multinacionais, os grandes projetos contribuíram para internacionalizar grandes territórios no interior da floresta. Exemplos disso são o Projeto Jari, no Amapá; a Mineração Rio Norte e o Projeto Grande Carajás, estes últimos no Pará.
Por causa da recessão mundial do início dos anos 80, o investimento estrangeiro foi muito menor do que o esperado. Dos seis grandes projetos implantados na Amazônia somente um é totalmente estrangeiro: o da Alcoa-Billington. Essa empresa montou a Alumar, junto ao Porto de Itaqui, próximo a São Luís no Maranhão, e é o maior investimento estrangeiro já feito no Brasil.
Na Região Norte, a empresa mais importante é a estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). O minério de ferro permanece como o mais importante ramo de atividade da Companhia Vale do Rio Doce. As reservas conhecidas somam cerca de 38 bilhões de toneladas. Cerca de 90% das jazidas são mineradas a céu aberto, e o minério não exige complexas operações de beneficiamento. As recentes descobertas de ouro e cobre confirmam as previsões de que a região de Carajás é uma das maiores províncias minerais do mundo.
A CVRD opera um sistema integrado mina-ferrovia-porto, o Sistema Norte, com capacidade de produção de até 35 milhões de toneladas de minério. Esse sistema é formado pelas minas de Carajás, localizadas no sul do Estado do Pará, com reservas de 18 bilhões de toneladas de minério de ferro de alto teor, pela Estrada de Ferro Carajás e pelo terminal marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, no estado do Maranhão. A privatização da CVRD deve abrir novas possibilidades de investimento no Sistema Norte.
A porção da Região Norte do Brasil que está diretamente relacionada aos Estados do Pará, Amapá, e Tocantins forma a Amazônia Oriental. A ocupação dessa área se deu a partir da abertura da rodovia Belém-Brasíla e foi consolidada com os grandes projetos agrícolas e mineradores.
Os conflitos pela posse de terra entre posseiros e grandes proprietários são marcantes, fazendo dessa área a porção do país onde é maior a ocorrência de conflitos fundiários. Em meio a esses conflitos estão as populações indígenas, que também sofrem com a ocupação de suas terras pelos grandes projetos, como a passagem de rodovias e ferrovias ou a atividade dos garimpeiros em suas terras.
A Amazônia Ocidental engloba os estados do Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre. A abertura da rodovia Cuiabá-Porto Velho, em 1973, e a instalação do Polonoroeste, em 1981, levaram para a região muitos agricultores, que seguiram a rodovia aberta no noroeste de Mato Grosso.
Em 1967, foi criada a Zona Franca de Manaus, uma área livre de impostos alfandegários para os produtos importados. Ali se estabeleceram diversas fábricas montadoras de produtos eletroeletrônicos, cujos componentes são, em geral, importados. E essas montadoras criaram um mercado de trabalho e são responsáveis por uma parte importante do emprego industrial da Região Norte.
A Zona Franca de Manaus estimulou o crescimento da capital do Estado do Amazonas, concentrando a produção nacional de produtos eletroeletrônicos em seu Distrito Industrial. Isso atraiu boa parte da população do Estado, que passou a se aglomerar na periferia de Manaus. Mas o desenvolvimento da infra-estrutura urbana não acompanhou a velocidade do crescimento da cidade.
Outra importante área da Amazônia Ocidental é a região seringueira do Acre, cuja principal atividade econômica é o extrativismo vegetal. Os problemas sociais nessa região são imensos. Existem inúmeros conflitos entre os grandes latifundiários e os seringueiros. Para defender a terra e os recursos florestais de uma prática econômica predatória e pouco produtiva, que é a pecuária extensiva, os seringueiros usam estratégias de combate ao avanço da especulação de terras e aos desmatamentos que reduzem sua área de trabalho.
O empate é a principal estratégia: envolve toda a comunidade, que se reúne na frente das áreas a serem desmatadas, enfrentando os grandes proprietários, interessados em aumentar suas áreas de pastagens.
Durante a década de 1980, um grande número de agricultores chegou a Rondônia disposto a se fixar na Amazônia, aproveitando os incentivos para a colonização oferecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
Da estratégia de ocupação regional resultaram também intensos conflitos sociais e ecológicos. Com a expansão da pecuária, da exploração florestal e da mineração, verificou-se um desmatamento a uma taxa muito elevada. Estimativas do total desmatado na década de 1980 são conflitivas e vão de 12% (equivalentes a 598.921 km² ), 8,2% (equivalentes a 399.765 km 2 ) até 5,1% (equivalentes a 251.429 km² ).
As tentativas de integração da Região Norte à economia nacional, embora tenham revelado inúmeros erros, acabaram por colocar a questão amazônica na ordem do dia. Hoje se sabe que precisamos aprender muito mais sobre a Amazônia. Assim, devem ser encontradas novas alternativas para a utilização de seus recursos florestais, de modo que evitem danos irreversíveis sobre o ambiente.
A efetiva participação da Região Amazônica no cenário econômico nacional deve se basear na pesquisa científica, para que sejam criadas técnicas compatíveis com as peculiaridades do ambiente e definidas as áreas de preservação e conservação, buscando-se formas de desenvolvimento sustentável, em que sejam mantidas as condições naturais da floresta amazônica.
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